quarta-feira, 20 de agosto de 2008

PALAVRAS & IDÉIAS




Prezados amigos,
No dia 21 estarei em Palavras & Idéias quando falarei sobre os meus livros e sobre a nossa Academia de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros. Portanto, convido todos para estarem presentes. Haverá recitação de poemas por Dóris Araújo e sorteio de livros, da minha autoria, para os participantes.
Entidades culturais a quie pertenço:

Academia Montesclarense de Letras
Academia Guanambiense de Letras
Academia Caetiteense de Letras
Academia Nevense de Letras
Academia de Letras, Ciências e Artes do São Francisco
Academia de Letras de Varzea da Palma
Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais
Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros
Grupo Literário "Oficina das Letras"

domingo, 17 de agosto de 2008

AS FESTAS DE AGOSTO


Texto de Dário Teixeira Cotrim


As festas de agosto referente ao 30º Festival Folclórico de Montes Claros estão começando. A cidade nunca esteve tão movimentada e bela. As ruas enfeitadas de fitas coloridas e o povo eufórico com os acontecimentos davam um toque especial nas festividades do Divino Espírito Santo, de São Benedito e de Nossa Senhora do Rosário. Montes Claros tem por tradição a perpetuação da própria tradição montes-clarense. E isso faz com que ela seja a cidade da “Arte e da Cultura”.

Muitas vezes, para nós qu já tão acostumados com o espírito festivo deste mês, o espetáculo em si nos parece uma coisa comum, incrustada no nosso cotidiano. Entretanto, para aqueles que vêm de alhures a importância do mês de agosto é algo muito mais sublime, onde a fé na divina crença, aqui retratada nas belíssimas obras dos nossos artistas plásticos, alivia a nossa alma dos pecados e nos conforta a dor na busca de uma felicidade plena.

A Associação dos Grupos de Catopés, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros, responsável pelo sucesso das atividades folclóricas de nossa terra, merece de todos nós, montes-clarenses ou não, o respeito e a admiração pelo excelente trabalho que vem realizando todos os anos. Neste mês de agosto, para o regozijo e a honradez daqueles que um dia também enfeitiçaram as nossas ruas com fitas coloridas e as nossas praças com as danças típicas e os bailados.

Lembro-me agora, com muita saudade no coração, do nosso tio-avô Aníbal Pereira de Souza. Era ele um homem simples e caridoso, que participava da Congregação dos Vicentinos por certo com uma convicção personalíssima. Ele estava sempre entre os festeiros de agosto, dando-lhes a sua contribuição nos momentos mágicos de se apresentarem nas ruas e praças, com aquela mesma abnegação de sempre. Rememorar-lhe o nome é prestar à sua memória augusta o nosso culto de admiração mais viva. Portanto, Aníbal, aliado a esse valor cultural, com modéstia encantadora, tu és a honra de um povo, o orgulho de uma cidade e a glória de uma raça. As saudades são eternas!

Neste mês de agosto o 30º Festival Folclórico de Montes Claros acontece com animação inquestionável. Ainda agora os fogos de artifícios rebentam com grandes estrondos nos céus em chuvas de cores e brilho estrelares. Mais uma vez a tradição da cidade da “Arte e da Cultura” é sustentada por esses heróis anônimos, gente simples e de costumes comuns. O folclore é hoje considerado uma atividade indispensável e fundamental para a educação dos jovens e para a cultura de um povo. Isto acontece porque nenhuma outra arte exerce sobre as camadas populares uma influencia tão poderosa quanto à música e a dança. Tanto a nossa marujada como os grupos de catopés e os caboclinhos estão ligados diretamente a essas três correntes culturais, cuja beleza simples e a rítmica espontânea favorecem a compreensão e o engajamento de novos adeptos.

Em vista disso é preciso explorar esse hábito de comemorar as festas de agosto, no bom sentido, para a preservação folclórica de nossa cidade. Com esse espírito é que a Associação dos Grupos de Catopés, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros, antes mesmo do final do evento já pensa nas atividades para o ano que vem. As festas de agosto fazem, realmente, parte do cotidiano de um povo alegre, pois elas são os alimentos que sustentam a alma e o coração desses artistas anônimos.

Acresce a circunstância de que as nossas festividades folclóricas apresentem o aspecto de uma beleza tão pura e umas características de uma mineiridade tão acentuadas, que nos fazem admirar sem restrição o talento daqueles que as criaram. Pois, assim são as Festas de Agosto em nossa querida cidade de Montes Claros!

domingo, 10 de agosto de 2008

FESTA DAS VOVÓS DO ANO


Dário Teixeira Cotrim

Ah, ser avó, é muito mais que amar
Aquele que é o filho do nosso filho.
É ser mamãe – com o mesmo brilho
E com o mesmo amor tudo celebrar

A Festa das Vovós do Ano - 2008, organizada e coordenada pela dinâmica e competente Ruth Jabbur, foi um encantamento de cores, de flores e de amores. Como se vê, o sucesso dos seus eventos sempre se baseia na vivência de sua atividade social e, consequentemente, contabiliza-se muito mais respeito naquilo que ela faz e que promove. Não é menos certo de que um dos acontecimentos mais brilhante no contexto dos eventos sociais das noites montes-clarenses está na sua Noite Temática, o que já passa a fazer parte do calendário sociocultural de nossa cidade. Entretanto, a Festa das Vovós do Ano - 2008 superou todas as expectativas daqueles que ali marcaram as suas presenças. Esta foi uma noite das mais belas para as nossas Vovós. Uma noite de memoráveis lembranças avoengas, as que nos revelaram não apenas o retrato da força feminina depois da idade da loba, como também a crítica radical contra a hipocrisia e os preconceitos ainda reinantes em alguns setores de nossa frágil sociedade.

O Automóvel Club de Montes Claros estava impecável. Mergulhado numa decoração em preto e branco, com rosas vermelhas aveludadas e muitas luzes coloridas – que levava a assinatura dos decoristas Vane de Souza e Romero Maciel – o ambiente impressionava a todos pela sua beleza. No contraste do colorido a iluminação valorizava a elegância das homenageadas no ápice de cada momento. Era o mundo da fantasia embalado no sonho de um momento único. O sonho de ser avó. “Às vezes eu acho que é impossível imprimir no papel ou expressar oralmente a felicidade que sinto de ser avó. Deus é tão perfeito que nos dá a oportunidade de experimentarmos esse sentimento de maternidade duas vezes, a primeira quando nascem os nossos filhos e essa experiência redobrada no nascimento dos netos...” (Júlia Cotrim). Ah, minha querida vovó, o que seria de nossas vidas sem esses seus sonhos?

O troféu traz a assinatura inconfundível de Felicidade Patrocínio, artista plástica de reconhecido valor no mundo das artes, aqui e em alhures. Um fim outra coisa não é desse símbolo senão proporcionar o valor e reconhecimento dos cuidados e dos carinhos das nossas Vovós. É assim porque, quem amou como elas conhece tudo o que a vida contém de sofrimento e de alegria. Daí a felicidade que a Felicidade imprime no seu belíssimo trabalho artístico, e o que representa para cada Vovó “o amor derramado no percurso da longevidade que lhe deu grandeza e força, tornando-a tronco frondoso de uma árvore maior que soube florir e frutificar” (Felicidade Patrocínio). Aliás, tudo naquela noite estava em perfeita sintonia com os acontecimentos temáticos adrede proposto. Os porta-retratos, por exemplo, não poderiam ser adornos mais belos e mais sugestivos naquele momento. Feliz idéia! Em cada mesa, era a imagem de uma deusa que reinava com absoluta autoridade maternal. E era assim porque a força da maternidade estava presente e fortalecida em dose dupla.

Minha prezada confreira Ruth Jabbur, o pensador Albert Camus disse-nos com muita propriedade que o êxito e o sucesso são fáceis da gente obter, mas o dificil é merecê-los. Entendemos que você merece, com todos os louvores, os êxitos e o sucesso dessa extraordinária noite de gala. Sem nenhum favor ou bajulação, pois não é do nosso feitio, afirmamos com muita alegria que a Festa das Vovós do Ano – 2008 foi um acontecimento singular em que sempre sobrou alguma coisa do amor. E, se alguém assim não entendeu é porque nada entendeu. Mas, entendemos nós. Parabéns, Ruth Jabbur!

Carmen, de Georges Bizet


Por Dário Teixeira Cotrim

Montes Claros, orgulhosamente, apresentou para o deleite de um seleto e animado público a espetacular obra prima Carmen, de Georges Bizet, no Centro de Cultura “Hermes de Paula”. Trata-se da opera que é sucesso de bilheteria em todos os lugares. Historicamente, a sua estréia ocorreu em 1875, no teatro Ópera Comique, na cidade luz de Paris (França) e, agora, ela é considerada a mais popular e a mais representada em todo o mundo. Aqui, o espetáculo foi coordenado pela Fundação Cultural Marina Lorenzo Fernandez, que teve direção musical e cênica da ilustre maestrina Maristela Cardoso. O brilhante elenco apresenta-nos os nomes de Christiane Franco (Carmen), Rodrigo Mourão (Don José), Annelise Cavalcante (Macaela), Roberto Mont’Sá (Escamíllo), Maria Odília (Frasquita), Elisabeth Oliveira (Mercedes), André Rabelo (Dancairo), Aloísio da Cruz (Remendado) e tantos outros.

Os dramaturgos montes-clarenses sempre buscam incorporar em seus trabalhos o fenômeno surpreendente da ilusão onde da realidade é inseparável. Foi neste sentido que o caminho da ópera de Georges Bizet nos apresentou recheado de cantos, de poesias e de muita imaginação. Para não invocar senão mais dois exemplos dessa inclinação o que se traduz numa prevalecente afirmação podemos afirmar ainda a parte musical e a dramatização como complementação. Na sinopse da peça, resumidamente, dissemos que Carmen é uma bela operária de uma fábrica de charutos, que conquista o coração de Don José com a interpretação de uma habanera. Nesse momento aparece a belíssima Micaela, mocinha da terra natal de Don José a contrastar com a cigana apaixonada nos seus desvios de conduta de mulher desejada. Carmen encontra um novo amante, o toureiro Escamíllo. No final ela se nega a ficar com Don José que a mata ao som de aplausos às verônicas em segundo plano. A bela cigana Carmen cai suavemente sobre os braços algozes do seu criminoso como uma donzela cheia de viço. Todavia, amargurado na tristeza, ele também cai de joelhos junto ao corpo de sua amada.

Nota-se bem que em certo momento do espetáculo a interpretarão dos autores prende o espectador pelo trágico e pelo sublime, um casamento perfeito da idéia lógica nos palcos da vida. E, foi por assim entender que, durante todo o percurso dos acontecimentos o narrador (Wanderlino Arruda) orientava a platéia com a leitura dos textos para uma melhor compreensão da peça. Ainda havia a questão da sintonia musical, em que iniciava a construção de uma estreita ponte entre a história criada por Bizet e o intercruzamento cênico dos atores, alguns ainda amadores, onde eles deixavam fluir o doce entretenimento que há muito era reclamado pelo grande público.

A expressão de alegria estampadas nas faces dos atores, também explodia nos aplausos emocionados de todos os espectadores. Quem esteve presente sabia que iria encontrar um espetáculo com cenários (Biolla) estrondosos e, por outro lado, uma representação arrebatadora. A história se desenrola em quatro locais típicos de Servilha, cativa o público desde as primeiras notas, até o desfecho dramático de todas as cenas.

Por outro lado, é de se notar que o espírito de coletividade sempre esteve ligado à história das artes de Montes Claros. Talvez seja por isso mesmo que “Montes Claros é a cidade da arte e da cultura”. Portanto, toda a equipe de Carmen, incluindo o seu elenco, trabalhou voluntariamente neste projeto. Em vista disso, queremos aqui externar o nosso respeito e a nossa admiração aos nossos fazedores de arte. Até porque o espetáculo foi um belíssimo espetáculo! Não cabe aqui analisar aspectos profissionais senão a realização de um almejado sonho. Como se vê, o que importa é notar a alegria estampada no semblante de cada um. Eis aí toda uma concepção de amor às artes e, em vista disso, o nosso aplauso e o nosso carinho para as atrizes Ana Valda, Olímpia Arruda e Suzana Amaral, em nome de quem cumprimentamos toda a equipe de Carmen. Parabéns!